Deise Moura dos Anjos está presa preventivamente desde o dia 5 de janeiro, acusada de triplo homicídio duplamente qualificado e tripla tentativa de homicídio
Bolo envenenado: lista da suspeita de alvos mortais pode ser bem maior, diz polícia
Em entrevista coletiva realizada na manhã desta sexta-feira (10), a Polícia Civil do Rio Grande do Sul confirmou que a morte de Paulo Luiz dos Anjos, sogro de Deise Moura dos Anjos, em setembro de 2024, foi resultado de envenenamento por arsênio introduzido no leite em pó e não na farinha como no caso do bolo.
Diante das descobertas obtidas por meio das investigações, o delegado Heraldo Chaves Guerreiro, sub chefe de polícia civil de RS afirma que “as provas colhidas indicam que Deise Moura dos Anjos não sairá da cadeia nessa vida”.
Deise Moura dos Anjos está presa preventivamente desde o dia 5 de janeiro, acusada de triplo homicídio duplamente qualificado e tripla tentativa de homicídio. A investigação, nomeada “Operação Acqua Toffana”, aponta que Deise teria envenenado o bolo que matou três pessoas e deixou outras duas internadas durante uma confraternização familiar na véspera de Natal de 2024.
Entenda agravantes do caso
É consenso na doutrina criminal que o envenenamento é considerado um agravante em casos de homicídio porque torna o crime mais reprovável, além de dificultar a defesa da vítima e causar grande comoção social, o que pode levar Deise a não sair tão cedo da cadeia. Ela poderá pegar mais de 100 anos de prisão o que fará com que cumpra a pena na máxima permitida no nosso ordenamento jurídico que é de 40 anos. Isso porque o benefício da progressão de regime ficaria inviável neste caso.
O fato do homicídio qualificado ser por envenenamento aumenta muito a pena, o que pode levar Deise Moura dos Anjos a passar 40 anos na prisão pelo bolo envenenado. Além do fato da ocultação do veneno também pode ser um fator determinante, pois demonstra o dolo que é a premeditação, ou seja, não há como a defesa alegar que ela teria agido por impulso ou ainda acidentalmente.
Perfil Psicológico de Deise Moura dos Anjos
O delegado Marcos Veloso, responsável pelo caso, descreve Deise Moura como uma pessoa calculista e de personalidade aparentemente tranquila, mas que, nos bastidores, buscava influenciar a percepção da família sobre os acontecimentos, especialmente a respeito do falecimento do sogro. Segundo Veloso, ela demonstrava frieza emocional e sempre tinha respostas prontas para as suspeitas que surgiam.
As mensagens obtidas durante as investigações reforçam essa avaliação. Em uma conversa com a sogra, Zeli, Deise escreveu: “Quando eu morrer, cuida do meu filho, porque eu provavelmente não vou para o paraíso.”
Em outro trecho, ao se referir à morte do sogro, Deise tentou desviar o foco das suspeitas, dizendo: “Acho que não devemos procurar culpados para o que não tem.”