O cenário geopolítico atual tem levado diversos países a reforçarem seus orçamentos de defesa, resultando em um aquecimento significativo no setor bélico. Na Europa, empresas como Leonardo, Thales e BAE Systems registraram aumentos expressivos em seus valores de mercado. A decisão da Alemanha de flexibilizar suas regras fiscais para ampliar os investimentos em defesa beneficiou especialmente a Rheinmetall, cujo valor de mercado cresceu notavelmente. Cadenaser
Nesse contexto, a Embraer, fabricante brasileira de aeronaves, tem intensificado sua atuação no mercado europeu. A empresa está avaliando a instalação de uma linha de montagem final para seu cargueiro militar KC-390 na Polônia, visando aproveitar o crescente interesse europeu por suas aeronaves. Países como Portugal e Hungria já operam o KC-390, e há pedidos recentes de nações como República Tcheca, Áustria, Países Baixos, Suécia e Eslováquia. Durante visita à Polônia, o CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, discutiu parcerias para fabricação de peças e montagem final. A empresa estima que essa iniciativa possa gerar cerca de US$ 1 bilhão em valor e criar aproximadamente 600 empregos locais. Reuters impulsionando sua ações (EMBR3)
Para ser ter uma visão geral sobre o crescimento no setor, o índice Stoxx Europe Aerospace & Defense acumula alta de 40% no ano, com empresas como BAE Systems, Leonardo e Thales entre os destaques. Expert XP
Especialistas do setor de defesa, como David Bailly, CEO da empresa espanhola Duma, enfatizam a importância da autossuficiência militar. Ele destaca que depender de fornecedores estrangeiros pode acarretar riscos à segurança nacional, vulnerabilidades no suprimento e questões de propriedade intelectual. Investir em uma indústria de defesa local fortalece a soberania, gera empregos e promove avanços tecnológicos, permitindo uma resposta mais eficaz em tempos de crise. AS
No Brasil, a indústria bélica tem passado por uma revitalização desde os anos 2000. Empresas como a Avibras, em parceria com o Exército Brasileiro, estão desenvolvendo sistemas de mísseis de longo alcance, como parte do projeto Astros 2020. Além disso, a colaboração com montadoras internacionais resultou na produção local de veículos blindados, como o Guarani, fabricado pela Iveco em Sete Lagoas, visando modernizar e mecanizar as forças terrestres.
O aumento dos investimentos em defesa e a busca por autossuficiência militar têm impulsionado o setor bélico globalmente. Empresas como a Embraer estão aproveitando esse momento para expandir sua presença internacional, especialmente na Europa, contribuindo para o fortalecimento da indústria de defesa brasileira no cenário mundial.