Por: Eliana Capuano
Uma startup de biotecnologia dos Estados Unidos acaba de dar um passo ousado rumo ao futuro — ou, para alguns, ao passado. A empresa Colossal Biosciences, conhecida por seus projetos de desextinção, anunciou que está recriando lobos pré-históricos, semelhantes aos icônicos “lobos gigantes” da série Game of Thrones.
O animal em questão é o lobo gigante (dire wolf), espécie que viveu há cerca de 13 mil anos e se extinguiu no final da última Era do Gelo. Muito mais robustos e ferozes que os lobos modernos, os dire wolves conquistaram o imaginário popular após ganharem destaque na série da HBO, em que eram companheiros fiéis da família Stark.
Mas ao contrário da fantasia, a ciência por trás da iniciativa é bem real. A Colossal está utilizando técnicas avançadas de edição genética, como o CRISPR, para inserir trechos de DNA de dire wolves em embriões de lobos modernos. O objetivo é recriar um animal com aparência e comportamento semelhantes ao original extinto.
Por que agora?
A pergunta que se impõe é: por que investir milhões para ressuscitar lobos gigantes justamente agora?
Uma possível resposta pode estar fora dos laboratórios — nas passarelas. A volta com força total dos casacos de pele nas principais semanas de moda do mundo levanta suspeitas. Paris, Milão e Nova York voltaram a exibir, com glamour, peças luxuosas feitas de peles naturais — agora sob o manto da “sustentabilidade genética”.
A teoria é que preservar animais selvagens em seus habitats já não é mais vantajoso sob a ótica da nova elite verde. Com a pressão crescente para reduzir emissões de CO₂, lobos, bois e até elefantes são agora vistos como vilões ambientais. Afinal, rebanhos liberam metano, animais silvestres desmatam ao circular, e a complexidade ecológica custa caro. A lógica que se impõe: eliminar os animais, manter apenas sua “função estética ou científica” em cativeiro.
Algo semelhante já ocorreu na Europa: a eliminação de rebanhos bovinos inteiros em nome da “emergência climática”. Agora, a tendência se amplia com toques high-tech — criar animais sob demanda, em ambientes controlados, limpos, eficientes… e lucrativos.
Uma agenda (anti)vida?
Por trás dessa racionalização genética e ambiental, muitos enxergam uma agenda silenciosa de controle populacional e cultural. A chamada “agenda woke”, segundo críticos, vem sendo usada para promover ideias que vão além da sustentabilidade — como a cultura anti-fertilidade. Isso incluiria:
- A promoção de identidades que não envolvem reprodução, como a pauta LGBTQIA+;
- A defesa do aborto como política pública;
- A legalização de drogas que encurtam a vida ou tiram o ímpeto vital das juventudes.
Com a volta de Donald Trump ao centro do debate político e o enfraquecimento temporário da agenda progressista, esse movimento passa por reacomodações. Sem apoio político e diante das críticas populares, a elite tecnocrática busca caminhos paralelos: ao invés de convencer, passa a “programar”.
A Ressurreição dos Lobos: Quando a Moda, a Genética e a Política se Encontram
Uma empresa britânica de biotecnologia anunciou, nesta semana, a reintrodução de lobos geneticamente reconstruídos a partir do DNA dos cães da espécie Northern Inuit — os famosos “direwolves” da série Game of Thrones. Segundo os cientistas envolvidos, o objetivo é restaurar espécies que foram funcionalmente extintas no Reino Unido e partes da Europa. Mas essa não é uma história apenas sobre ciência e nostalgia: ela ecoa profundas mudanças culturais, políticas e econômicas que estão moldando o mundo.
A moda que dita a ciência
Em paralelo ao avanço genético, o mundo da moda assiste ao retorno triunfante dos casacos de pele — agora vendidos como luxo “ecológico”, por serem supostamente produzidos de forma sustentável. Grifes como Balenciaga, Fendi e Saint Laurent estão colocando peles de volta nas passarelas. Não por coincidência, os lobos geneticamente trazidos de volta à vida estão entre os animais mais cobiçados pelas elites fashionistas.
Por trás disso, há uma tese polêmica e incômoda: preservar animais selvagens não parece mais “vantajoso” diante das pressões ambientais. A liberação de CO2 desses animais, em especial dos grandes mamíferos, é vista por setores radicais como um obstáculo para conter as mudanças climáticas. O retorno de políticas antiambientalistas com a influência crescente de Donald Trump, notoriamente contrário às pautas “woke” e à agenda verde, contribui para abrir espaço a esse tipo de solução distópica.
Europa: o experimento começou pelos bois
Na Europa, já houve iniciativas para reduzir rebanhos bovinos inteiros sob o pretexto de diminuir a emissão de metano. A Holanda, por exemplo, ofereceu subsídios para que fazendeiros abatessem seus rebanhos. Agora, com o argumento de “preservar o clima”, animais selvagens entram na mira.
Mais que uma decisão ecológica, trata-se de uma escolha ideológica: a cultura anti-fertilidade. Ela se manifesta em diferentes frentes — incentivo a uniões sem propósito reprodutivo, flexibilização do aborto, normalização de drogas que encurtam a vida, e agora, controle reprodutivo da fauna.
Uma distopia de luxo
A distopia se desenha com tintas refinadas: lobos belíssimos, domesticados, clonados, prontos para estampar campanhas de moda enquanto seus ancestrais são considerados “excessivamente poluentes” para viver em liberdade. O horror se esconde sob o glamour.
Reflexão: O que está em jogo
Por Viomundo.press
E o lobo gigante, símbolo de liberdade e força indomável, pode estar sendo trazido de volta não para a floresta — mas para vitrines e vitrines de luxo, em nome de um futuro domesticado.
O retorno do passado via laboratório não é apenas um experimento científico. É também uma declaração de poder. Um sinal de que agora se pode recriar a natureza ao gosto de quem tem capital, com base em decisões corporativas, estéticas e ideológicas.
É preciso estar atento aos rumos que a ciência, a política e o mercado estão tomando. A volta dos lobos é, ao mesmo tempo, um feito tecnológico e um alerta simbólico. Quando a natureza vira acessório, e a moda dita quem vive ou morre, algo essencial se perdeu. A distopia não é uma ameaça futura: ela já está entre nós — e veste alta-costura.